terça-feira, 9 de março de 2010

As quatro estações em mim

De março a junho sou outono
Das folhas secas que caem,
Se não quero sorrir, que me deixem em paz
Não vivo sob nenhum jugo, nenhum dono
Vivo sob aquilo que me apraz
O beijo de boa noite e o sono.... ponto

De junho a setembro primavera
Florida e colorida, cheia de vida
Do sorriso no rosto, da palavra engraçada
Da fruta mais madura o doce gosto
Do instante florido minha vida se acalma

De setembro a dezembro sou verão
Quente de desejo, escaldante
Delírio de prazer estonteante
O beijo intenso vivido, o prazer inigualável contido
A insônia, o êxtase delirante

De dezembro a março sou inverno
Da neve que cai na soleira da porta
Da tristeza e do vento frio lá fora
Da indecisão, de não saber o quero
Angústia, tristeza e solidão

Mas não confunda meus cíclos,
Não é algo assim tão específico
Nem tão organizado que se possa rotular
Acordo como inverno
E como verão vou me deitar

Não me rotule, não postule falsos argumentos
Assim eu não agüento, não vivo sobre falsas ideologias
Sou o que sou, cheia ou vazia
Sou tudo numa coisa só, me perco e me encontro todos os dias

Um comentário:

  1. Um belo poetar!!! Acredito que todos temos dentro de nós as 4 estações.....

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